Cloudflare e o Bloqueio do X no Brasil: O Que Realmente Aconteceu?
Na segunda-feira (23), o CEO da Cloudflare, Matthew Prince, desmentiu os rumores de que a empresa teria colaborado com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para bloquear ou restaurar o acesso ao X (antigo Twitter) no Brasil. Em entrevista à Bloomberg, Prince foi claro ao afirmar que a Cloudflare não ofereceu nenhum suporte técnico ou estratégico para quebrar o bloqueio imposto à plataforma no país.
Segundo o executivo, a Cloudflare apenas formalizou um contrato com o X para o uso de seus serviços de rede, incluindo a alteração de IP. Esse procedimento técnico acabou tornando a plataforma acessível novamente no Brasil, mas Prince enfatizou que isso não foi feito com a intenção de burlar as restrições governamentais.
Em suas palavras: “Não sei do que as autoridades brasileiras estão falando. Não tivemos nenhuma colaboração direta com elas para bloquear ou liberar o X no Brasil.”
Essa declaração contradiz diretamente o comunicado da Anatel, que, na última quinta-feira (19), afirmou ter recebido apoio da Cloudflare para efetuar o bloqueio do X. Para Prince, essa afirmação é incorreta: “Não houve nada que a Cloudflare tenha feito para facilitar isso”, reforçou o CEO.
O executivo também rejeitou as alegações de que o X teria tentado “driblar” o bloqueio no Brasil com a ajuda da Cloudflare. “O X não nos solicitou qualquer ação no sentido de impedir o Brasil de bloquear conteúdos na plataforma”, concluiu Prince.
Essa situação levanta questionamentos sobre a comunicação entre empresas de tecnologia e autoridades governamentais, especialmente em casos de censura ou bloqueios de serviços online. O episódio continua a gerar debates sobre o papel de provedores de infraestrutura digital e suas responsabilidades em cenários como este.